08 fevereiro, 2010

Minha Senhora de Quê



dona de quê
se na paisagem onde se projectam
pequenas asas deslumbrantes folhas
nem eu me projectei

se os versos apressados
me nascem sempre urgentes:
trabalhos de permeio refeições
doendo a consciência inusitada

dona de mim nem sou
se sintaxes trocadas
o mais das vezes nem minha intenção
se sentidos diversos ocultados
nem do oculto nascem
(poética do Hades quem me dera!)

Dona de nada senhora nem
de mim: imitações de medo
os meus infernos


Ana Luísa Amaral

Foto: Coração florido. Imbé. RS.

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