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27 julho, 2012

É preciso viver...








É preciso viver momento a momento na nossa evolução. Para isso é preciso ter paciência e não querer fechar a conta antes do fim de cada etapa.


Simone de Beauvoir


Foto: Simone de Beauvoir por Pierre Boulat. 
Paris, 1955

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E há esses dias em que apenas minha amiga Simone diz o que preciso ouvir... 

29 dezembro, 2010

do futuro


Já vimos que a minha liberdade exige, para se realizar, desembocar num futuro aberto: são os outros homens que me abrem o futuro, são eles que, constituindo o mundo de amanhã, definem meu futuro. Mas se, ao invés de me permitirem participar desse movimento construtor, obrigam-me a consumir em vão minha transcendência, se me mantém abaixo do nível que conquistaram e a partir do qual se efetuarão as novas conquistas, então eles me cortam o futuro, transformam-me em coisa. A vida é gasta alternadamente em perpetuar-se e em ultrapassar-se. Se ela apenas se mantém, então viver é tão-somente não morrer e a existência humana não se distingue de uma vegetação absurda. Uma vida se justifica apenas se seu esforço para perpetuar-se está integrado em sua superação e se essa superação não tem outros limites além daqueles que se coloca o próprio sujeito.

Simone de Beauvoir em "A moral da Ambiguidade"


Foto: O ano da Joaninha. Florianópolis. SC.

31 maio, 2010

das escolhas




É preciso decidir sobre a oportunidade de um ato e tentar medir-lhe a eficácia sem conhecer os fatores pertinentes. Como o sábio que, para conhecer um fenômeno, não espera que brote sobre ele a luz da ciência acabada mas, esclarecendo o fenômeno, contribui, ao contrário, para constituir a ciência, assim o homem de ação não esperará, para decidir, que um perfeito conhecimento lhe prove a necessidade de uma certa escolha - ele deve inicialmente escolher e contribuir, assim, para formar a história. Uma tal escolha não é mais arbitrária que uma hipótese, não exclui nem a reflexão nem mesmo o método, mas é também livre e implica riscos que é necessário assumir como tais.


Simone de Beauvoir em "A moral da ambiguidade"

Desenho: por Troche

23 abril, 2010

e o silêncio tem suas vozes



 
Mas - todo mundo já passou por isso - podemos nos divertir com o coração em luto. A emoção mais violenta e mais sincera não dura: algumas vezes ela suscita atos, engendra manias, mas desaparece; por outro lado, uma preocupação, provisoriamente afastada, não deixa de existir: está presente no próprio cuidado que tomo de evitá-la. Muitas vezes as palavras são apenas silêncio, e o silêncio tem suas vozes. (...)

(...) Mas o que conta antes de tudo em minha vida é que o tempo passa; envelheço, o mundo muda, minha relação com ele varia; mostrar as transformações, os amadurecimentos, as irreversíveis degradações dos outros e de mim mesma, nada me importa mais. Isso me obriga a seguir docilmente a sequência dos anos.


Simone de Beauvoir em "A força das coisas"

Foto: Das coisas silenciosas. Porto Alegre. RS.

04 abril, 2010






Quarenta anos. Quarenta e um. Minha velhice germinava. Espreitava-me no fundo do espelho. O que me deixava estupefata era que viesse num passo tão decidido, enquanto nada em mim estava de acordo com ela.


Simone de Beauvoir






Foto: Do tempo que passa. Santo Antônio de Lisboa.  Florianópolis.
By LR Marques. 

12 agosto, 2009

ausência




... olhava no espelho aquela que eles viam: não era eu; estava ausente, ausente de toda parte: onde me encontrar? Enlouquecia. `Viver é mentir', pensava, sucumbida; em princípio nada tinha contra a mentira, mas praticamente era esgotante fabricar incessantemente máscaras para mim.



Simone de Beauvoir

Foto: Leia-me. Centro. Porto Alegre. RS.

16 julho, 2007

Todos os homens são mortais

Não há morte natural: nada do que acontece ao homem jamais é natural, pois sua presença questiona o mundo. Todos os homens são mortais: mas para cada homem sua morte é um acidente e, mesmo que ele a conheça e a consinta, uma violência indevida.

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Simone de Beauvoir - Uma morte muito suave

patiodotempo.blogspot.com

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"e o mundo é meu, o mundo é seu, de todo mundo..." Zeca Baleiro