17 setembro, 2021

AUTODEFINICIÓN

 

Soy Teresa Wilms Montt
y aunque nací cien años antes que tú,
mi vida no fue tan distinta a la tuya.
Yo también tuve el privilegio de ser mujer.
Es difícil ser mujer en este mundo.
Tú lo sabes mejor que nadie.
Viví intensamente cada respiro y cada instante de mi vida.
Destilé mujer.
Trataron de reprimirme, pero no pudieron conmigo.
Cuando me dieron la espalda, yo di la cara.
Cuando me dejaron sola, di compañía.
Cuando quisieron matarme, di vida.
Cuando quisieron encerrarme, busqué libertad.
Cuando me amaban sin amor, yo di más amor.
Cuando trataron de callarme, grité.
Cuando me golpearon, contesté.
Fui crucificada, muerta y sepultada,
por mi familia y la sociedad.
Nací cien años antes que tú
sin embargo te veo igual a mí.
Soy Teresa Wilms Montt,
y no soy apta para señoritas.



Teresa Wilms Montt

. . .

Teresa Wilms Montt foi uma escritora chilena libertária do início do século XX. Nasceu em Viña del Mar em 8 de setembro de 1893 e faleceu em 24 de dezembro de 1921, em Paris, aos 28 anos. Considerada precursora do anarcofeminismo, sua vida breve foi repleta de acontecimentos marcantes. Filha de uma família rica, era extremamente bonita e inteligente. Casou-se aos 16 anos com um funcionário público, Gustavo Balmaceda Valdés, 10 anos mais velho, com quem teve 2 filhas. 5 anos depois, em 1915, foi internada num convento pelo marido, por ter um caso extraconjugal. Teresa foge do convento e vai morar em Buenos Aires, onde publica 2 livros e lá participa da vida literária. Ela se envolve com Horacio Mejía, poeta argentino, que se suicida na casa dela, o que a faz mudar-se para Nova York para ser enfermeira na Cruz Vermelha. Ao chegar lá é acusada de ser espiã alemã, sendo posteriormente liberada. Teresa então viaja para Madrid, começa a fazer parte do circulo literário e publica um livro. Volta para Buenos Aires, em 1919, e publica seu último livro em vida. Depois retorna à Europa, viajando por vários países. Ela reencontra suas filhas e sogro em 1920 na Bélgica, mas após partirem ela entra em depressão. Em 22 de dezembro de 1921 ela toma altas doses de remédio para dormir, morrendo 2 dias depois, na véspera de natal. Somente no Sec. XXI que sua obra poética e seus diários íntimos são retomados. 

(Fonte: https://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-805.html)

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