06 janeiro, 2010


abismo, amor, poço fundo é risco
não é sina, é sangue, coisa viva à vista
derrame o que seja, veja o que veja
me alcance a vertigem, o medo, e inflame
que o nosso destino, amor, é ponte
e estamos no meio, no veio, ao meio.

abismo, amor, diante do abismo
todo medo é o mesmo, a morte, a queda
no entanto o destino, amor, é ponte
infinita ponte de pau e ferro,
não é sina, é sangue, coisa viva à vista
me alcance a vertigem e inflame

seja pleno o passo, presente, pungente
estados em tempo, derrame o que seja,
veja o que veja, não é romantismo,
é método, emenda, é sobrevivência;
liturgia mister, não é sina, é sangue,
coisa viva à vista

abismo e sigo, angústia e alegria
que o que em mim não é amor, é covardia.


Raiça Bomfim

Foto: Das coisas sonhadas. On the road. Florianópolis.

Um comentário:

Jenifer disse...

ahhh Raiça... minha baiana arretada.

gosto demais dessa moça...
coisa boa encontrar ele aqui.


espero que tenha passado o fim de ano bem, e a entrada, melhor ainda.


que este venha com tudo que há de lindo para você colega,

abraços,

mistério do planeta.

patiodotempo.blogspot.com

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"e o mundo é meu, o mundo é seu, de todo mundo..." Zeca Baleiro