14 outubro, 2010

a ilha bonita



Terça fez festa nos céus da nossa ilha: dezenas de coloridos parapentes e asas deltas voaram junto às nuvens, aos pássaros e aos aviões longínquos. O dia azul, o vento forte, o feriado na cidade. Voavam para lembrar que é preciso voar mas, sobretudo, é preciso pousar. O campo dos seus pousos pode desaparecer, junto com a mata, o céu, os morros, os sorrisos das tardes ensolaradas.

Na nossa ilha velozmente o verde das matas e montes vira moeda e concreto. Construções sem bondade, sem arte, sem ciência, sem cuidado se avolumam e empurram o sol, o mar, o amor cada dia mais longe. Carros se amontoam em todos os cantos. Shoppings lotados. Praias poluídas. Políticos mercenários. Povo de olhos vendados. Futuro pra essa gente é hoje a noite e amanhã.

Mas digo: sim, meu bem, nossa ilha é linda! Ainda.

Das coisas incríveis: E hoje, das entranhas da terra, mineiros chilenos nasceram novamente. E todo um país. E todo o mundo. E eu também, aqui em frente à TV na sala de meu apartamento, na nossa ilha distante.

Foto:: Céu de outubro. Florianópolis. SC.


Um comentário:

Felicidade Clandestina disse...

Imagino... por aqui também tem sido corrido.

Me manda seu trabalho do Concurso?
queria olhar =}


besos besos :)

patiodotempo.blogspot.com

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"e o mundo é meu, o mundo é seu, de todo mundo..." Zeca Baleiro