
É que hoje de tarde entrei numa livraria e procurei por um livro que há muito desejava. Quando o encontrei e o segurei nas mãos, pareceu-me repentinamente egoísta, quase indecente, comprá-lo.
Por pouco não levei um outro livro para meu namorado, como a justificar meu ato.
Mas o toque frio da capa, as páginas não lidas, o cheiro de novidade me colocaram diante de um futuro possível: deitada em minha cama na noite fria que logo seria e, quietamente, descobrir com quais palavras o autor comporia sua obra.
Não tinha expectativas maiores.
Apertei-o de encontro ao peito como um antigo amor desconhecido.
Agora repousa ali na bolsa e, estranhamente, prorrogo o momento de deitar-me com ele e abrir-lhe
as páginas.
Claudia Félix
Claudia Félix
Foto: Num dia azul de verão. Florianópolis. By L.R.Marques
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