O mundo que se inunda claro em vultos roxos
No caos profundo em que a tristura
Tange mansinho os ventos aos mulambos.
A gente escapa da vontade.
Se sente prazeres futuros,
Chegar em casa,
Reconhecer-se em naturezas-mortas...
Ôh, que pra lá da serra caxingam os dinossauros!
Em breve a noite abrirá os corpos,
As embaúbas vão se refazer...
A gente escapa da vontade.
Os seres mancham apenas a luz dos olhares,
Se sobrevoam feito músicas escuras.
E a vida, como viola desonesta,
Viola a morte do ardor, e se dedilha...
Fraca.
Mário de Andrade (1926)
Imagem: Do livro de Julian Germain
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