04 agosto, 2010

Invento

Foto: Estética do frio. Porto Alegre. RS.

Vento
Quem vem das esquinas
E ruas vazias
De um céu interior

Alma
De flores quebradas
Cortinas rasgadas
Papéis sem valor

Vento
Que varre os segundos
Prum canto do mundo
Que fundo não tem

Leva
Um beijo perdido
Um verso bandido
Um sonho refém

Que eu não possa ler, nem desejar
Que eu não possa imaginar

Oh, vento que vem
Pode passar
Inventa fora de mim
Outro lugar

Vento
Que dança nas praças
Que quebra as vidraças
Do interior

Alma
Que arrasta correntes
Que força os batentes
Que zomba da dor

Vento
Que joga na mala
Os móveis da sala
E a sala também

Leva
Um beijo bandido
Um verso perdido
Um sonho refém

Que eu não possa ler, nem desejar
Que eu não possa imaginar

Oh, vento que vem
Pode passar
Inventa fora de mim
Outro lugar

Vitor Ramil


3 comentários:

Felicidade Clandestina disse...

Que lindo.

li e fui sentindo o vento e o chegar da brisa aqui no meu quarto.


gostei dessa ilustração :)
é sua querida?


um abraço beeeeeeeeeeeeeeeeeem caloroso para quebrar esse gelinho :))

Renata de Aragão Lopes disse...

Sonoro, ritmado...
Adorei!

Beijo,
Doce de Lira

Felicidade Clandestina disse...

Gosto das fotos. Sempre quis fazer um curso de fotografia... pedi até uma super-máquina para meu pai, rsrs.


ele disse que terei que esperar, porque essas "super-máquinas" são caras, rsrs.


gostei da sua listinha de filmes aí no perfil :)))
temos muitos em comuns.


beijo doce!

patiodotempo.blogspot.com

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"e o mundo é meu, o mundo é seu, de todo mundo..." Zeca Baleiro